segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DIEMES. Por Diemes Batista

Hoje decidi finalmente a dar início a o que eu prefiro chamar de "meu diário". Não sei bem por onde começar ou o que falar de mim, então só vou deixar fluir...
...hoje ao levar minha filha de 1 ano e 4 meses à APAE de minha cidade fui pensando no que diria à minha psicologa que me presta atendimento ao mesmo tempo em que minha filha é atendida na precoce, eu tinha tanto a dizer que não consegui dizer muito. 
Não quero escrever sobre coisas tristes e minhas frustrações, mas isto se torna inevitável. Sou bem casada, tenho uma filha linda e muito inteligente, tenho uma vida tranquila e que muitos chamariam de perfeita, mas algo me falta, sinto um vazio, uma tristeza constante e um desânimo que parece que vai acabar comigo. Na música da cantora Pink onde ela diz "I'm a hazel to myself" eu me encaixo perfeitamente, sou minha pior inimiga.
Me sinto tão sozinha e desamparada apesar de ter uma família aparentemente feliz, será que eu sou o problema? Não seria melhor morrer e deixar minha família ser feliz? Tenho tantas perguntas e nenhuma resposta, imagino que muitos me diriam: "pergunte a Deus", mas honestamente já perguntei e não obtive resposta alguma. 
Por hoje é só, deixo um soneto que gosto muito e espero escrever algo melhor amanhã.

Soneto da separação
Vinícius de Moraes


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente